segunda-feira, 20 de março de 2017

Mulheres luteranas do Brasil emitem documento contra a reforma da previdência


Nos dias 17 a 19 de março, foi realizado na cidade de Foz do Iguaçú, o Encontro Nacional Mulheres Luteranas Celebrando os 500 anos da Reforma.  A atividade foi promovida pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e contou com a participação 2500 mulheres de todo o Brasil, entre elas, representantes esteienses da Comunidade Bom Pastor. O vereador Leo Dahmer (PT), que integra a Comunidade Bom Pastor e preside a Comissão Parlamentar de Defesa da Previdência Social, chama a atenção para os encaminhamentos do Encontro Nacional, que emitiu documento contra a reforma da previdência. “Minha mãe participou da atividade em Foz do Iguaçu, que tem por objetivo a realização de uma celebração religiosa para marcar os 500 anos da reforma religiosa. No entanto, a gravidade presente na proposta de redução da previdência preocupa a todos ao ponto de emitirem nota pública contra a Reforma da Previdência”, explica Leo. 
A IECLB, ao final do encontro, emitiu nota oficial para todos os integrantes da Igreja sobre o tema. “Diante do quadro real que a sociedade brasileira assiste, particularmente em vista do tema da reforma da previdência, a IECLB dirige-se aos e às integrantes do Congresso Nacional estendendo o apelo ao Executivo e ao Judiciário, e afirma enfaticamente: a reforma da previdência não pode ser objeto e resultado de acordos e conchavos políticos. Essa reforma deve ser debatida pela sociedade brasileira, que tem direito a transparência e ao acesso aos números e dados da previdência bem com a sua gestão. Sem isto e em meio a informações contraditórias e parciais não é possível confiar nas propostas apresentadas”. 
Veja a nota do Encontro Nacional Mulheres Luteranas Celebrando os 500 anos da Reforma na íntegra.
“somos contra a reforma da Previdência Social

Nos dias 17 a 19 de março de 2017, reunimo-nos em Foz do Iguaçu/PR, mais de 2 mil mulheres vindas de todas as regiões do Brasil, para o Encontro Nacional de Mulheres da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) sob o tema Mulheres Luteranas celebrando os 500 anos da Reforma e viemos a público manifestar-nos contra a atual política brasileira de retirada de direitos.
Unimo-nos ao Manifesto da Direção da IECLB, que reflete em sua Carta do dia 16 de março de 2017 a situação política precária pela qual passa o país. Também afirmam a grande problemática que se avista com a reforma da Previdência. De acordo com a carta, ‘Em 2017, lamentavelmente, aumenta o receio de que o Brasil caminha em direção ao abismo. Para exemplificar, focamos o tema da reforma da Previdência. Há quantas décadas ouvimos que recursos deste caixa são desviados para viabilizar outros projetos. Há quanto tempo ouvimos que é incalculável o montante de contribuições ao INSS que é sonegado. O noticiário é farto em dados que denunciam aposentadorias astronômicas para uma minoria privilegiada. Afinal, como os recursos pagos à Previdência são administrados? (Carta Pastoral de 15 de novembro de 2016)’.
Como mulheres de Confissão Luterana, reafirmamos que somos contra o projeto de reforma da Previdência apresentada pelo atual Governo, tendo em vista que ela atinge diretamente as mulheres, em suas diferentes áreas de trabalho. A sociedade brasileira ainda é fortemente patriarcal. A grande maioria das mulheres exerce uma dupla ou tripla jornada de trabalho, portanto os critérios para a Aposentadoria devem ser diferenciados para homens e mulheres.
Exigimos uma auditoria transparente da Previdência Social e que os recursos advindos desta contribuição sejam distribuídos com justiça. Como mulheres luteranas, que constroem a sua história a partir do movimento da Reforma, orientamo-nos pela palavra bíblica do profeta Isaias 59.14: Pelo que o direito se retirou, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode entrar.
Este Manifesto foi aprovado, por aclamação, no dia 19 de março de 2017, de pé, por toda a Plenária.
Foz do Iguaçu, 19 de março de 2017.

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